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Conectados pela saudade

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Hoje assistindo ao noticiário vi uma reportagem sobre como as vídeo chamadas estão sendo um meio de ajudar na recuperação de pacientes isolados por causa do covid. Eu mesma fiz muitas chamadas com meus amigos no ano passado e tenho feito algumas por semana, posso garantir os benefícios da comunicação. Antes isso nem era tão comum, nem imaginávamos que ligar para alguém seria um santo remédio para aliviar a solidão, o distanciamento.      Enquanto ouço os relatos emocionados dos profissionais da saúde, contando o quanto os pacientes temem o abandono, eu não consigo de deixar de pensar no quanto essa pandemia está mudando a gente, a nossa forma de ver os relacionamentos e a nossa relação com as redes sociais. Pois foram elas que estreitaram laços quando fomos obrigados a nos afastar. Andávamos tão ocupados olhando para nossas telas, onlines no nossos mundinhos virtuais que muitas vezes esquecíamos de quem estava do nosso lado. Agora o jogo virou. De um jeito positivo, apesar da situação

Atípico

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Um típico domingo, ou eu diria que nem tanto assim. Estamos vivendo uma pandemia, quase não se vê movimento de humanos nas ruas, estamos mais uma vez distantes. Para o bem de todos. No carro estamos eu e meu namorado, dando um típico passeio pela cidade em busca de uma loja aberta para comprarmos picolé. Está calor e bateu o desejo de um doce pós-almoço.       A cidade está silenciosa, só resta o calor abafado do domingo. O clima quente diz muito do meu humor, fervescente. Estou inquieta e precisei sair de casa para arejar a mente. Não há brisa fresca, o conforto vem do ar condicionado que alivia o calor emocional que me toma pelos ouvidos. Não tem nada de típico um domingo de portas fechadas, as pessoas dentro de suas casas, o silêncio perdura o caminho todo lá fora, mas dentro do carro o rádio ligado toca uma música que me desperta.  É Lulu Santos que me encanta os ouvidos e toca o meu coração. O trecho que perdura na minha mente é esta:  "Existirá, em todo porto tremulará A vel

2008

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Quando nos conhecemos estávamos na adolescência, não tínhamos preocupações maiores do que, estudar e tirar boas notas, de chegar em casa e só assistir televisão e ficar até tarde na MSN até que alguém viesse nos mandar dormir. Éramos crianças que só desejam aproveitar o dia com os amigos, bater papo, rir e voltar tarde para casa. Mal sabíamos que a cada encontro estávamos nos unindo cada vez mais, guiados por momentos que seriam inesquecíveis e marcantes. A gente ignorava o tempo, até mesmo ignorávamos de que um ele acabaria, e que cada um seguiria um dia rumos diferentes.   Vou começar falando da nossa (Ama) Thielly. No começo confesso que não fui muito com a cara dela. Novata na vizinhança acabou roubando a atenção dos guris. A primeira impressão que tive foi de ser uma guria antipática (mas isso dependia do dia). Era a guria mais “pati”, usava unhas postiças e não saía de casa sem chapinha no cabelo, chamava atenção pela sua beleza e corpo de menina-mulher. Ela me mostrou que nã

Caminhos cruzados

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Despedi-me do meu namorado com um beijo e parti pelo caminho que dá no hospital para mais um dia de consulta, deixando-o para um reencontro logo mais. Esperei o sinal abrir. Atravessei. Andei até a porta, apresentei o comprovante da consulta marcada para as 13 horas, ao segurança e entrei. Já acostumada com aqueles corredores, sempre tão movimentados de gente, me dirigi até o local da minha consulta, com um sentimento de cansaço, uma mistura de tédio e ansiedade. Não estava nenhum um pouco a fim de ficar naquele lugar aguardando ser atendida. Pelo caminho cruzei por pessoas que me olhavam dos pés à cabeça, algumas já exaustas de esperar o atendimento, o que somou ainda mais ao meu cansaço, com mistura de tédio e ansiedade. Peguei o documento que precisava apresentar para a recepcionista. Meus olhos estavam baixos e meus lamentos altos. Sentia pelas horas perdidas naquele lugar e lamentava estar ali, mais uma vez. Lamentava ainda mais ter que enfrentar uma fila e esperar, sabe-se lá

Para o novo ano: Gratidão!

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O ano foi de intensas emoções. Mudei de casa, me afastei de pessoas que não imaginava que iria me afastar tão cedo, ganhei novas colegas, companheiras para as despesas da casa e para os perrengues da vida. Também  mudei de visual, mais uma vez, agora aderi ao curtinho básico, estou gostando da praticidade. Iniciei estágio numa revista, fui desafiada a novos aprendizados, obrigada a olhar as coisas por outros ângulos. Novas perspectivas. Ganhei uma nova família, sim, uma bem grande. Pessoas atenciosas, gentis, alegres e que me tratam muito bem. Viajei muito, nunca tinha imaginado viajar tanto na vida, tudo para estar com o cara mais bacana da fase da terra, sim, ele é. O amor é cheio de piegas! E eu estou cada dia mais feliz e apaixonada. Caí, inúmeras vezes, levantei umas mil vezes. Tropecei aqui e ali. Mas segui. Amadureci com as pancadas da vida, cresci como pessoa e ainda não descobri o meu caminho, só estou criando novos caminhos para seguir seguindo, em frente. Sempre! Fazer

Reencontrar a amizade

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Ao reencontrar duas amigas que não via há algum tempo, reacendeu a chama da amizade. As lembranças nos fizeram rir, a nostalgia tomou conta do lugar, os olhares, as palavras de carinho, a presença que pareceu nunca ter sido ausência. Qual é o sentido de construir laços com desconhecidos, que se tornam amigos e por isso, únicos no mundo? Os motivos que nos levam a acreditar em alguém os nossos segredos, nossas inquietações, nossas preocupações, nossas alegrias e tristezas? A razão pela qual a vida nos apresenta pessoas tão diferentes, com histórias de vida tão parecidas? Amigos nos ensinam muitas coisas, entre elas, a confiar em alguém. Eles ajudam nas horas mais difíceis, te dão ombro, colo, dividem o abraço e o espaço na sua cama. Para um amigo sempre há uma brecha para ir te visitar, te ligar, te lembrar de que você nunca estará só, mesmo quando você for para longe. Eles mudam de cidade, crescem, evoluem, compram o primeiro carro, têm filhos, casam, realizam sonhos e se af

Crescer

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Quando era pequena me pegava pensando em como seria ser “gente grande”. Imaginava que seria uma vida cheia de: aventuras, muitas viagens, muitas festas, lugares e pessoas. Que eu iria conhecer praias, escalar montanhas, fazer trilhas, nadar com golfinhos, mergulhar no fundo de algum oceano. Cometer muitas loucuras. Beijar muitas bocas. Ter namorados legais. E me casar com alguém que gostasse de tudo isso também.  Já quis ser bióloga, assim como o maior aventureiro em seu programa na TV. Outra época quis ser professora como as mulheres da minha família. Até mesmo quis ser bailarina, design e escritora. Quantas coisas! Sonhava mesmo em ter um quarto grande, só meu. E uma estante cheia de livros. Seria aventureira, ousada e curiosa. Faria o bem, ajudaria minha família, meus amigos e quem mais precisasse. Eu fui uma criança que cresceu tendo que visitar hospitais, que foi limitada de muitas coisas por cuidados com a saúde Mesmo assim, corri pelas ruas, enfrentei o medo de altur